Como vocalista principal do 2PM e também como artista solo, Jun. K encanta com sua voz poderosa. Ele acaba de lançar seu primeiro álbum de covers de J-POP, intitulado “O/N”. O álbum inclui 7 faixas com uma seleção variada, desde o city pop como “Mayonaka no Door ~stay with me” de Miki Matsubara e “Plastic Love” de Mariya Takeuchi, até músicas como “Sakura Iro Mau Koro” de Mika Nakashima e “Automatic” de Hikaru Utada.
Sobre o álbum “O/N”, no qual Jun. K interpreta músicas old school com uma visão new school, e também sobre o ato de “cantar”, a entrevista explora as raízes de Jun. K como artista.
— Conte-nos sobre a criação do seu primeiro álbum de covers de J-POP, O/N.
Jun. K: O que veio primeiro foi o sentimento que tenho pelos fãs japoneses que gostam de mim. Sou coreano, mas gosto muito das músicas antigas japonesas. Quis mostrar como eu interpreto essas músicas tão conhecidas por todos vocês — foi a partir desse desejo que tudo começou.
— Mais especificamente, desde quando você tinha essa ideia em mente?
Jun. K: Desde dois anos atrás.
— Qual é o significado por trás do título do álbum, O/N?
Jun. K: “O” significa Old School (escola antiga) e “N” significa New School (escola nova). Old School representa as músicas de tempos passados, e New School representa as músicas atuais. Como mencionei antes, o conceito do álbum é justamente mostrar como interpreto as músicas Old School, então achei esse título apropriado.
— Entendi! E, falando em interpretação, algumas músicas do álbum tiveram mudanças bem marcantes em relação às versões originais, certo? A faixa de abertura, Automatic (original de Hikaru Utada), por exemplo, virou um New Jack Swing, o que foi surpreendente.
Jun. K: Entre todas as faixas do álbum, talvez Automatic tenha sido a que passou pela maior transformação. A versão original é um R&B de tempo médio. Eu pensei: “E se eu pegasse essa música de 1998 e transformasse em New Jack Swing, que fez sucesso no começo dos anos 90?” Foi com essa ideia que criei esse arranjo ousado.
— Para você, Jun. K, não teria sido mais fácil cantar a versão original em R&B do que transformar “Automatic” em um ritmo rítmico como o New Jack Swing?
Jun. K: Sim, é verdade. Mas achei que cantar da mesma forma que a original não teria graça, então resolvi encarar o desafio com coragem.
— Durante a produção de “Automatic”, houve mais alguma coisa em que você prestou atenção?
Jun. K: Hoje em dia, muitas músicas têm entre dois minutos e meio a três minutos, mas antigamente, tanto no Japão quanto na Coreia, as músicas costumavam ser um pouco mais longas. Como os ouvintes de hoje estão acostumados com canções mais curtas, procurei criar uma estrutura com introdução, desenvolvimento, clímax e desfecho dentro da música, para que ela não parecesse cansativa.
— Entre as faixas do álbum, teve alguma que foi particularmente difícil?
Jun. K: Não foi exatamente o canto, mas a pronúncia que me deu trabalho. Tanto em “Automatic” quanto em “Plastic Love” (original de Mariya Takeuchi), a pronúncia do “n” foi realmente difícil. Especialmente o “n” da frase “onna da to” em “Plastic Love” foi bem desafiador.
— A harmonia na introdução de “Plastic Love” ficou linda.
Jun. K: Em “Plastic Love”, tentei deixar o som mais atual, com um arranjo que eu mesmo gostaria de ouvir. Dei atenção especial à composição dos instrumentos.
— Você comentou que ouve J-POP antigo. E atualmente, o que tem escutado?
Jun. K: Comprei todos os álbuns da EPO e ouvi todos. Naquela época (início dos anos 80), foi quando a Yamaha lançou os sintetizadores digitais, e o som mudou completamente. Eu sou atraído por músicas dessa era que têm timbres de sintetizador belíssimos e em equilíbrio perfeito. Comecei com a EPO, depois passei a ouvir Anri, Junko Ohashi… Acabei ouvindo várias músicas daquela época. E não só em CD — para entender melhor a sensibilidade daquela época, comprei LPs no Japão e também ouvi em vinil.
— É a era do city pop, né?
Jun. K: Sim. Também adoro o Tatsuro Yamashita.
— Você acha que a sensibilidade daquela época combina com a sua, atualmente?
Jun. K: Não é que eu queira imitar a sensibilidade daquele tempo, mas quis fazer um álbum que aproveitasse essa essência. Cada época tem sua própria sensibilidade e originalidade.
— Hoje em dia, no próprio Japão, o J-POP antigo tem feito sucesso até entre os jovens da Geração Z na Coreia, certo?
Jun. K: Sim, exatamente. Eu já imaginava que isso iria acontecer. Tem muitas músicas excelentes dos anos 80 e 90 no Japão. Comecei a ouvir esse tipo de música em 2015 ou 2016, e sempre pensava: “Nossa, que melodia boa!”, “Uau, que faixa incrível!”. As tendências realmente voltam com o tempo.
— O produtor executivo da JYP, J.Y. Park, também declarou que foi influenciado por J-POP antigo, que ele ouvia em tempo real, não foi?
Jun. K: Sim, ele canta essas músicas até em shows, né?
— Inclusive, recentemente em um show no Japão, ele cantou músicas do Southern All Stars e do The Checkers.
Jun. K: Sério? Foi bom?
— Foi um momento que animou muito o público!
Jun. K: Como esperado dele, né? (risos)
— J.Y. Park te deu algum conselho durante a produção deste álbum?
Jun. K: Não… o J.Y. Park é uma pessoa muito ocupada, então… nem deu pra pedir conselhos assim (risos).
— No dia 17 de janeiro, antes do lançamento oficial do álbum, você deu início à turnê Jun. K Solo Tour 2025 “O/N” no Aichi Arts Center, apresentando as músicas do álbum.
Jun. K: Cantei todas as faixas do álbum nessa turnê, mas fiquei muuuuito nervoso (risos). Além de não serem músicas minhas, são canções de outros artistas, e todas muito conhecidas. As pessoas que foram ao show já têm uma imagem forte das versões originais, né? Por exemplo, “Automatic” teve uma mudança radical em relação ao original, mas outras faixas mantêm bastante da versão original, então eu sentia como se estivesse sendo avaliado o tempo todo. Por isso, fiquei bem nervoso.
— E cantando ao vivo, teve alguma música que te fez perceber algo novo?
Jun. K: A música “Ai no Katachi” da MISIA me fez sentir novamente o poder que essa canção tem. Toda vez que canto, ela mexe comigo… A melodia, a letra — tudo. É uma música realmente emocionante.
0 comentário