2PM Brasil

Na nossa entrevista anterior, você mencionou que prefere usar roupas confortáveis em casa e que usa camisas sociais para trabalhar. Você deve então estar se sentindo trabalhando durante essa sessão de fotos.

JH: Ao invés de sentir que estou trabalhando, estou me sentindo muito confortável. A Berluti tem muitas peças em couro. Gosto desse tipo de roupas onde mesmo depois de um tempo usando, elas continuam confortáveis. Com o passar do tempo, ela vai se tornando parte de você. Embora eu esteja usando camisas sociais nessa seção de fotos, eu tô bem relaxado. A locação das fotos é uma casa coreana tradicional. O clima tá bom. Eu estou me sentindo muito bem.

Você agora é o embaixador global da Berluti. Quais qualidades partilham Lee Junho e a Berluti?

JH: Mesmo que tenha sido reconhecido pela marca por minha imagem, eu acho que em termos de similaridades, vai ser a persistência desde o início. A Berluti tem mantido sua tradição desde que começou há 130 anos. Embora você tenha que se adaptar as mudanças, eu que tenho trabalhado há 17 anos, estive pensando em como prosseguir e ser reconhecido. Eu acredito que foi isso que eles viram em mim.

Acho que ser impecável, mas não muito severo combina com você.

JH: Esse é um bom ponto. Desde quando comecei, independentemente se era cantando ou como ator, meu estilo sempre foi tentando ser impecável. Quando estou praticando canto e dança, eu quero ser impecável. Quando eu tô atuando, eu incorporo isso no personagem. Ser impecável e organizado sem se fixar em um estilo, eu acho que é algo similar à Berluti.

Essa deve ser uma combinação ideal.

JH: Obrigado. Eu realmente gosto da veste de couro. Eu também gosto de usar coisas de couro no meu cotidiano. Eu encontrei uma marca que realmente combina comigo.

Como embaixador da marca, tem algo que você gostaria de fazer?

JH: Como embaixador da Berluti, eu pude visitar e ver pessoalmente a história deles. Eu pude até medir o meu tamanho de calçado e do meu corpo, esse processo foi todo gravado. Depois que eu me tornei embaixador queria fazer bons vídeos (para a marca), no fim das contas eu consegui fazer o que queria. Se formos fazer alguma coisa juntos no futuro, quero fazer uma sessão com a <Arena> com o conceito de destino de férias. (Risos)

O que você mais gostou dessa sessão de fotos?

JH: Eu gostei da mistura entre o Hanok (Casas tradicionais coreanas) e a Berluti. A primeira vista, eles não parecem combinar, mas na verdade combinam bem. Acho que as fotos onde usei a roupa laranja ficaram boas, combinaram comigo. Embora não pareça algo muito tradicional, conseguiu mostrar a imagem única da marca sem ficar parecendo algo muito luxuoso. E é bem confortável.

Vamos falar do seu recente fancon no Brasil. Embora você tenha viajado para o exterior muitas vezes, acho que um fancon na América Latina te dá uma sensação diferente.

JH: Foi ótimo. É uma viagem que demora 30 horas, então nós só aguardamos. Mas eu só pude ir porque haviam pessoas esperando por mim. Ir para um novo país é um desafio, então eu estava bem animado. Quando eu cheguei, muitas pessoas vieram me recepcionar. A fancon transcorreu bem. Mesmo que tenhamos um fuso horário de 12 horas de diferença, ainda há pessoas que torcem por mim. Estou muito emocionado. Foi uma boa oportunidade para aparecer em um talk show e ter uma experiência breve do país. Se eu tiver tempo e oportunidade, voltarei lá.

Isso deve ter te emocionado.

JH: O que mais me deixou comovido foi a quantidade de fãs que vieram me ver.

É um local bem distante. Tendo muitas pessoas, deve ser emocionante.

JH: O amor que recebi foi além das minhas expectativas. As reações deles foram bem apaixonadas, porque eles sabiam que eu viajei de longe então quando eu fazia algo, eles reagiam de forma grandiosa. O que eu fizesse ou falasse, eles me davam amor em retorno. Eu também recebi muito amor e senti a necessidade de interagir mais. É uma troca de energia.

Esse tipo de experiência vai te ajudar muito no futuro.

JH: Isso me deu uma enorme explosão de energia. Não importa onde eu estiver, sempre haverão pessoas que poderão me ajudar a achar essa energia. Só por esse fato, já sou muito grato.

O drama <King the Land> se tornou muito popular no Brasil e você pode fazer a fancon no Brasil. No outro lado do mundo, é uma era florescendo com a popularidade dos Kdramas. Como um ator como você se sente com isso?

JH: Eu perguntei aos fãs quando eles me conheceram. É fascinante ver que a resposta é meio a meio. Metade deles me conheceram desde que eu comecei a cantar. A outra metade se tornou fãs quando eu atuei em projetos como <King the Land>, <Wok of Love> e <Rain or Shine>. Então a base de fãs é bem balanceada entre eu como cantor ou ator. Os tempos melhoraram, os Kdramas são muito amados no exterior, mas isso é graças ao esforço dos atores seniores no passado, e também dos vários atores que se dedicam em seus trabalhos nos dramas. Eu acho que estamos num era com uma exposição muito boa. Atualmente também, não lidamos mais com a barreira linguística. Tudo isso graças a melhora na tecnologia midiática.

Um único drama pode causar um grande impacto. Você seria mais estratégico então escolhendo um projeto?

JH: Da perspectiva do público geral, a acessibilidade aumentou logo as opções aumentaram também. É uma escolha do público, então é difícil definir qual drama vai se tornar um sucesso. A medida que vão tendo mais melhorias, vai aumentando também a antecipação, mas isso também pode ter um efeito oposto. Não é algo que possamos analisar com o cérebro. Qual eu me decido em fazer um drama, eu sei que devo fazer bem o meu papel. Meus pensamentos me dizem ‘se eu não me sair bem no personagem, o público não vai ser tocado.’ Eu preciso da energia pra me sair bem, pra que eu possa tocar o público.

Como esperado, a natureza da pessoa é o mais importante.

JH: Eu acho que ser sincero é sempre preciso. A tecnologia evoluiu. Hoje em dia, nós podemos ver e ouvir com uma maior clareza. Cada linha do script é bem ouvida. Eu não posso tratar elas com descuido. A tecnologia evoluiu todos estão observando como especialistas. Nada pode ser feito descuidadamente. Cada cena, cada linha do script, você deve atuar e expressar a sinceridade do ator.

Sinceridade real.

JH: É um pouco estranho de dizer, mas eu venho dizendo a mim mesmo, mesmo que eu não consiga ser 100% sincero, preciso estar por volta dos 90%

Se você consegue fazer isso até certo ponto, você deve ser capaz de continuamente ganhar popularidade. Para não ser afetado pelo fluxo, você deve se segurar firme.

JH: Eu acho que a popularidade é como a água corrente. Quando há muita popularidade, é como surfar nas ondas continuamente, mas a correnteza nem sempre vai estar ao meu favor. Por que eu entendo isso bem, como ator Lee Junho ou como cantor Lee Junho, eu só quero me sair bem com o que sei. Se o que as pessoas desejam ver tem alguma relação com o que eu estou fazendo, eles vão me deixar continuar a surfar na ondas? Eu gosto de continuar trabalhando com esse pensamento em mente.

Eu ainda consigo me lembrar de como você era em <Twenty>. Embora você seja um cantor, você atuou bem no seu personagem. Você me dá a sensação de que não importa o que te derem, você vai atuar bem.

JH: Desde que eu debutei como ator em <Cold Eyes>, eu também filmei <Memory of the Sword> e <Twenty>. Três filmes consecutivos. Eu me preparei muito pra me sair bem nesses papéis. Só que, eu não posso mentir pra mim mesmo, então eu estou sempre me preparando seriamente. Eu pensei que se eu fizesse tudo decentemente, eu conseguiria fazer bem. Enquanto eu tô gravando, eu só penso no meu personagem. Eu só me foco no meu personagem e vivo como meu personagem. Depois das gravações, quando eu volto pra casa, eu continuo a viver como meu personagem. De uma forma, isso pode não ser necessário, mas eu sou incapaz de mudar de personalidade assim, então eu só vivo no meu personagem. É por isso que quando eu tô com atividades como cantor e ator simultaneamente, torna os dois difícil. É difícil encontrar um equilíbrio entre os dois. Acima de tudo, não tem tempo o suficiente para gerenciar.

Quando você tem muitos compromissos, tem alguma dica em como você se ajusta?

JH: Quando eu tô atarefado, eu preciso dormir no carro. Eu preciso dormir. Quando eu tô fazendo duas atividades ao mesmo tempo, eu não consigo dormir o suficiente. Porque eu quero me sair bem em ambas atividades, eu me obrigo a dormir enquanto me locomovendo no carro. Fecho todas as cortinas, reclino os assentos, coloco um travesseiro de pescoço. Ultimamente, eu durmo instantaneamente.

Ambos os dramas <Cashero> e <Typhoon Boss> estão com data de estreia prevista nesse ano. Qual o novo lado seu nesses dois dramas.

JH: Eu acho que <Typhoon Boss> é um drama que mostra todos os meus sentimentos e emoções nesse exato momento. É por isso que eu estou filmando confortavelmente. <Cashero> é uma série original Netflix. É um drama de super-herói, então é um conceito novo. O personagem principal tem um superpoder que depende da quantidade de dinheiro que ele tenha em mãos. Em uma perspectiva, eu acho que é um drama que tem muitos bons motivos para ser assistido. Então agora vocês podem ver quem eu sou através de <Typhoon Boss> e em <Cashero> vocês vão ver um lado diferente meu, como super-herói.

Compor músicas e atuar, são duas coisas bastante expressivas. No entanto, devido a direções diferentes e sensibilidade, elas resultam em coisas diferentes?

JH: Não importa o quê, um ator deve contar uma história. Então quando você está apresentando uma história, como você transmite os sentimentos e emoções do personagem naquele momento é muito importante. Como um cantor-compositor, você pode ser mais direto em expressar suas emoções. Depois da produção da música, quando você canta a música, você está transmitindo suas emoções em um instante. Em contrapartida, um ator precisa se transformar no personagem. Você faz coisas sob a persona do personagem. Você trabalha junto com outros atores para criar sinergia. Então ambos os lados são diferentes.

Cantores podem expressar suas emoções. Por isso, eles conseguem expressar suas emoções.

JH: É diferente. Você pode compor uma música e escutar ela em seguida. O processo de compor uma música é divertido. Por outro lado, na atuação, depois de toda a produção, você precisa esperar ele ir ao ar para ver o resultado. Então aí você pode confirmar se conseguiu se sair bem como o esperado. O alívio da atuação vem depois. O eu enquanto filmo se sente diferente do eu quando o drama é finalmente lançado. Eu diria a mim mesmo, se a atuação é agora, eu faria isso no lugar. Tem sempre alguns arrependimentos. Quando eu tô filmando, eu dei o meu melhor, mas quando eu me assisto, tudo volta.

Você é muito rigoroso com você mesmo?

JH: Muitas pessoas me dizem a mesma coisa, “Você é muito rigoroso com você mesmo. Eu acho que você está sempre se colocando sob pressão.” Eu sempre quis a perfeição. Embora eu ainda seja o mesmo agora,meus pensamentos mudaram recentemente. Se eu quero muita perfeição, não tem jeito de deixar aquilo perfeito. A naturalidade não vem da perfeição. Eu percebi que você pode ser natural só sendo você mesmo. Agora, eu também percebi que posso deixar a perfeição de lado confortavelmente. Atualmente, tenho me esforçado em mudar minha forma de me expressar. Eu estou tentando não me focar em uma única possibilidade. Basicamente, se você já tem muito na vida, a sua forma de se expressar pode ser diferente?

Mais importante, não seja sufocado pela palavra “Perfeição”.

JH: Eu interpretei muitos personagens rigorosos. Quando eu interpretei um personagem traumatizado, eu fechei todas as cortinas pra bloquear a luz do sol e vivi assim por 5 meses. Eu devo me esforçar assim, para poder aparentar ser o sobrevivente de um acidente trágico. Em <The Red Sleeve>, eu precisei interpretar uma figura histórica real e há muitos registros dessa pessoas. Sob as circunstâncias de não me distanciar dos registros, eu devo aparecer como uma pessoa com capacidade e crueldade.

Especialmente, quando você tá atuando, pra não ter erros ou para não ter arrependimentos, você precisa trabalhar duro consistentemente.

JH: Eu realmente odeio ter arrependimentos. Eu não quero sentir pena. No entanto, não importa quão duro eu me esforce, eu ainda consigo sentir o arrependimento. A parte engraçada é que, mesmo que ninguém saiba de qual parte eu me arrependa, eu sei. Não importa o quê, eu quero me corrigir. Mas ultimamente, eu percebi que o meu arrependimento é interpretado por uma única pessoa e essa sou eu. De acordo com pessoas diferentes, vão haver inúmeras interpretações. Atuação não é feita por uma única pessoa então é necessário certa flexibilidade.

Acumular experiências, crescer mentalmente.

JH: Naquela época, se eu tivesse colocado meu esforço máximo, não haveria nenhum arrependimento.

Última pergunta, o que é uma pessoa legal?

JH: Esses dias, eu acho que alguém que seja flexível. (Risos) Ter flexibilidade deixa a pessoa a vontade. Essa pessoa vai se tornar mais forte. Eu vou me esforçar em me tornar flexível.

Esses dias o tópico é flexibilidade.

JH: Isso mesmo. Ultimamente, o que mais estive pensando é em como ser flexível em qualquer situação, ao invés de ser duro e rígido.

Espero que você alcance esse nível de flexibilidade.

JH: Eu vou. (Risos)

Fonte: (1), (2)


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